sábado, 14 de janeiro de 2023

Fruta partida.

De um estômago seco e frio

Tu fizestes nascer borboletas 

Não, não apenas uma, mas inúmeras borboletas

Amarelas, rosas, azuis…de todas as cores.

Um reboliço fizestes em meu coração que agora me arde o peito.

Na cabeça um furacão, um turbilhão de pensamentos que vão a todo momento ao teu encontro. 

Parece fácil, mas te conto no final do caminho para as borboletas em meu estômago.

Colha também as flores que se abrem nos meus pés e contemple o céu que se mantém azul todo santo dia. 

Não abra o guarda-chuva, pois do pouco que chove, é doce, são lágrimas doces de alegrias.

De um novo tempo de melancolia. E da sorte do sabor da fruta partida para dois. 

Falta algo no meio do ponto.

Não tenho escrito tanto e ao apesar dos encantos da vida

Falta algo que mal descrevo nos papéis sob a mesa 

Escrevo, apago, risco, tento por inúmeros vezes falar de outras coisas.

Outros pontos e acontecimentos, mas o amor é infinito.

Não sei dizer ou fazer mais nada

A não ser o amor. A visão de amor é sempre de um homem e uma mulher.

Errados e cegos, perdidos em tipo pequeno de amor

A vida é amor. Cristo é amor.

Então como não falar de amor, se esse embala tudo nessa vida?

Como não pensar que o âmago da vida é simplesmente a vida em si, que é a poesia dos dias. 

Veja, tudo é poesia. E digo: não tenho escrito muito, mas no pouco que escrevo é sobre amor. 


Gosto de tu. Tu gostas de mim.

Eu gosto de gostar de tu

De te esperar, abraçar e beijar tu

Que chega devagar e muito manso

Mas me diz que vem correndo

Para me encontrar

Fala também da contagem dos dias

E diz da saudade boa que aperta o peito 

De como o dia é lindo 

Se aqui estamos assim, juntinhos.

Falamos de amor.

Rimos e nós gostamos 

Gosto de tu

Tu gostas de mim.

sábado, 7 de janeiro de 2023

Relato de uma estranha em uma mesa de bar as 23h de um sábado à noite.

Há choro reprimido em todo meu corpo.
Não lembro da última vez que me permiti chorar.
Me apresento como sou, mas me recubro de uma capa que entrega uma fortaleza. 
Há dias me sinto cansada e quero ser apenas ruínas.
O pó da terra que aguarda a chuva molhar. 
Na esperança da primavera ser a única estação.
Vou me sentar e permitir desmoronar enquanto você aplaude. 
Pela primeira vez não vou resistir e da fraqueza farei bom descanso, deixando ao chão o peso que é ser forte.
Aguardarei que pela primeira vez alguém sinta genuinamente vontade de vir até mim, pois não há mais nada aqui além do ser humano em si, despedido de qualquer blindagem.