Do bálsamo que escorre do teu peito
onde calmamente me deleito
e aproveito cada instante
de tempo que passa lento
observando os corpos
sedentos pelo desejo
transbordando na fonte do cálice
e do pólen da flor, pó e mel.
Do bálsamo que escorre do teu peito
onde calmamente me deleito
e aproveito cada instante
de tempo que passa lento
observando os corpos
sedentos pelo desejo
transbordando na fonte do cálice
e do pólen da flor, pó e mel.
No início eu não percebo
Quando noto, não ligo muito
Quando vejo, me interesso
Quando dou por mim, há paixão
Avassaladora, delirante e muito honesta.
Mas depois se dissolve como sal na água
perde-se o gosto e falta tempero
crio e alimento as distâncias
E a paixão, agora fria espera o enterro.
Você não percebeu
Que do fogo agora só há fumaça
E nem brasa sobrou.
Se eu fosse
passarinho
faria o ninho
Em um ipê florido.
Amarelo, branco ou roxo
Pouco importa a cor.
À vista do mundo
Então colorido
Em tons mais vivos.
pela beleza exposta em todo canto
Vale a pena viver.
Você me ignora como se não precisasse
como se a vida em si bastasse
aos seus olhos dissimulados
e febris.
Há afeto livre e ardente
de soprar as asas
e bailar os corpos
tem o gosto doce de vinho
o jeito, os traços e o tato.
As memórias estão guardadas
em caixinha de botões coloridos
pelos pequenos instantes dessa breve vida
em noutras segundas, te vejo.
Um pedaço do céu nublado
As nuvens correndo cinzas
A chuva caindo em pranto
Numa noite escura, se ria
Numa mesa de madeira velha
Coberta por uma cortina roxa
Duas taças de vinho seco
E as histórias em raio de sol
Continua o céu trancado
Que deixa cair a chuva
E o cinza da vida lá fora
Aqui dentro te largo no chão marrom do quarto
Acompanho a respiração
Te faço chover
Te faço lama
Me moldei a um personagem que não gosto do papel.
Andei me exibindo como se fosse assim, perfeita.
Convenhamos, uma crueldade comigo mesma.
Qual a lógica? Que maldito é o amor.
Logo eu tão cheia de defeitos, incertezas e medo.
Mas tão cheia de felicidade, de vontades e de vida.
Sempre encaro tudo com medo, mas encaro.
Que confuso ser eu, mas também que raro ser eu.
Me cansa. Me dói. Me mata.
Uma hora encontram um corpo na sala.
Uma taça de vinho e a garrafa vazia.
De quem se deixou matar pela opinião alheia.
Você é você e essa é a sua dádiva.
Eu sou eu e esse é o meu pecado.
Fardo que vou carregar até o caixão.
E o preço é o esquecimento.
Com as pequenas estrofes e rimas de poesia
Ei de te ensinar amar.
Devagarinho, para não assustar.
Começaremos por você. Tem que se amar primeiro.
Só assim, terás capacidade de amar aos outros.
E a mim.
Se a poesia me servir.
Se a vida me sorrir
Contigo assim, dois pra lá, dois pra cá.
Juntos e sós.
Do nascer ao morrer do sol.
Sucessivamente.
Sem remorsos pelo tempo vivido.
Sem queixas.
Só a beleza do teu ser.
De mim,
De nós.
Na quarta poesia eu te conto
O que eu guardo em um canto
E no fim da última rima.
Poesia rabiscada e reescrita
Em mil linhas
Para te contar que a vida é breve
Mas a gente livre
Para caminhar por onde quiser
Para consumir o tempo.
E que a felicidade corre nas nossas veias desde a concepção.
O caminho há e deve ser feliz.
Por pura teimosia e vontade.
E que apesar das adversidades.
Essa é nossa beleza.
Essa é nossa lei.