terça-feira, 30 de novembro de 2021
Hora errada.
sexta-feira, 19 de novembro de 2021
Xícara de café.
Vem.
Por que é tão fria?
Distante.
Não acredita?
Amor.
Não queres?
Calor.
E beijar?
Sem pudor.
Despir-se.
Do frio.
Provas o meu.
Calor.
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
?
domingo, 14 de novembro de 2021
Fase.
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Sexta-feira.
Capítulo de um livro qualquer.
Dias chuvosos me lembram uma página da nossa história, do dia em que cheguei cansada do trabalho tedioso de lidar com as frustrações e irresponsabilidades alheias. Eu estava absurdamente mal humorada, vinha no caminho de casa ensaiando uma forma de maquiar minha irritação e não deixá-la transparecer. Você estava na cozinha, vestia apenas uma samba canção, uma visão extremamente excitante para mim. Sai instantaneamente do caos para o paraíso. Você inventou um jantar romântico, dizia que deveríamos comemorar, eu lhe perguntava: comemorar o que? e você alegre respondia: a vida, meu bem, a vida.
Decidirá fazer macarrão ao molho branco. Comprou vinho e frutas. Preparou um banho quente para mim e deixou o meu pijama favorito sobre a cama. Tudo pensado.
Despi-me e percebi que você me observava, com seus olhos castanhos impossíveis de resistir. Mantive a pose e me exibi para você enquanto te olhava, peça por peça caia no chão. Meu corpo nunca foi dos mais bonitos, mas amava minhas curvas. Você desejava minhas curvas, seu olhar não sabia disfarçar a tentação, nunca soube.
Enquanto tomava banho, tentava relaxar e me preparava para ser o espetáculo da sua noite, nós seríamos a atração principal. Um casal de novela da vida real.
Você colocou o jantar em cima da nossa mesinha de centro da sala. Colocou as almofadas no tapete e serviu vinho em duas generosas taças. Tudo ali exalava desejo. Pensava apenas em desfrutar do seu jantar e de você, de todo você.
Foi o melhor jantar de nossas vidas. O vinho descia saborosamente pelas nossas gargantas e despertava instintos selvagens em nós. Nós disfarçamos bem, riamos muito, dançamos pela sala, ouvimos suas músicas prediletas, lemos meus poemas preferidos e arriscamos até cantar. Que noite fantástica.
Te ajudei com a louça, dançamos enquanto você lavava e eu as secava. Formávamos uma bela dupla para qualquer trabalho e ocasião. Você é uma brisa leve. Eu sou a tempestade. Perfeitos ao nosso modo, ao nosso jeito.
Pensava em um milhão de coisas enquanto te via alegre com a louça. Pensava no teu desejo, no meu desejo, no teu corpo, nos nossos corpos. Por um momento quase interrompi o trabalho com a louça, queria me entregar pra você, sentir no pé do meu ouvido sua respiração ardente e ofegante, olhar nos seus olhos, passar minhas mãos nos seus cabelos que já começavam a ficar grisalhos. Era afrodisíaco, tudo em você era afrodisíaco.
Fiquei te encarando após terminarmos nosso trabalho com a louça. A chuva havia aumentado lá fora, ocasionando um clima agradável de frescor. Te olhava, e no olhar dizia: Eu te quero, te desejo, te espero, te venero, te pertenço, me toma pra si.
Era como uma música, começamos lentamente, todo o toque era sentido, toda a pouca roupa que usávamos foi ao chão em minutos, minhas mãos percorriam suas costas largas, minhas unhas sentiam a sua pele, meu olhos encaravam os seus, nossos lábios se uniram. Era perfeita junção.
Você dentro de mim fechava a noite. Um espetáculo. Seu toque, suas carícias por todo o meu corpo me levavam ao ápice do mais complexo prazer. Seus braços fortes me seguravam enquanto dançava sobre você. Meu palco preferido.
Meu caminho ao paraíso era percorrer da sua boca até o seu íntimo. Completa perdição. Nossa sala ficou marcada por esse episódio de amor e desejo. Nossas vidas ficaram entrelaçadas para sempre. Onde quer que esteja, estou contigo, sou sua por direito, sou sua cúmplice. A guardiã dos seus segredos obscuros.
Sempre que a chuva cai eu lembro de você. Do seu desejo, do seu sexo, do seu sorriso, da sua vontade incansavel de viver. Eu te vivo sempre que a chuva cai. Te guardo sempre que ela se vai.
terça-feira, 9 de novembro de 2021
Aqui.
Exagerada.
segunda-feira, 8 de novembro de 2021
Casal.
Em uma mesa de restaurante
Um casal de idososSe olha, conversa e gargalha.
Trocam carinho de dedo.
Os olhos azul claro dele
Admiram os cabelos lisos grisalho dela.
De longe eu vejo as alianças finas
Em mãos cheias de ruguinhas.
Um casal de histórias.
Uma dama e um cavalheiro.
Sorriem com tamanho respeito
Cena rara que vejo.
domingo, 7 de novembro de 2021
R.
Uma mistura de céu azul
com a profundeza do mar
um desejo inexplicável,
encontro no verde do seu olhar.
Um verde musgo
um tanto cristalino
me convida pra dançar
quero mergulhar no obscuro da sua imaginação
o que esconde seu olhar?
Olho você de perto,
e me perco no raro verde dos seus olhos.
Me encanto, desejo e me perco.
Perdição é querer o verde dos seus olhos.