Afago aos mortos.

Nem dor e amor

Nem choro e riso.

Nada.

Daqui não se leva nada.

Se deixa memórias.

E os que ficam nos guardam

Em si.

E nos mantêm vivos.

Apesar da partida

Em memória vivemos

Daqueles que não nos deixam

partir.

Todo mundo espera.

Pequeno relato de um sábado qualquer. 

De um homem solitário.

Que anseia a novidade.

Que espera surpresa.

Que se engana.

E segue.

Esperando algo de um sábado a noite.

Como todo mundo espera. 

O telefone tocou ontem a noite. Geralmente aos sábados ele não toca, não trabalha, não faz hora extra. Funciona que é uma beleza durante a semana, atendo inúmeras ligações. O banco oferecendo cartões e a operadora me empurra novos planos. Desligo, faço outros planos, de operadora não, os planos que vislumbro quando deito e espero o sono dar o ar da graça. Penso em tantos porquês. Mergulho nas minhas certezas, defeitos e achismos. Queria entender tantas coisas. O porque esperamos algo principalmente no sábado a noite. A solidão bate mais forte aos sábados, creio que ela aprendeu que esse é o melhor dia da semana. Talvez por estar cansado e solitário ela goste de me fazer companhia, virou fiel amiga. O telefone tocou ontem a noite. Era engano.

Dia cheio

Uma semana cheia

dias corridos

horas contadas

minuto por minuto.

O fim de semana chegou.

Um descanso, sono e leitura.

Mas você disse que vem.

E eu vou.

Vou com você.

Transformar meu descanso em alegria

junto da tua companhia o sono é melhor

a leitura é de poesia

Eu rimo e você ria.

Um dia cheio, com você. 

Pra recarregar as energias

e encarar

os dias cheios e a correria da semana.

Aguardando ansioso sua mensagem

dizendo: eu vou.